A Polícia Federal (PF) cumpriu, no início da noite desta quarta-feira (20), mandado de busca pessoal e de apreensão de celulares contra o pastor Silas Malafaia, no Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro.
A operação foi autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no âmbito do inquérito que investiga o crime de coação no curso do processo, supostamente cometido contra autoridades que conduzem as investigações sobre a tentativa de golpe de Estado, na qual o ex-presidente Jair Bolsonaro e ex-integrantes de seu governo são réus.
Medidas cautelares
Além da apreensão dos aparelhos, Malafaia foi alvo de medidas cautelares diversas da prisão, entre elas:
Abordagem no aeroporto
O pastor foi abordado por agentes federais logo após desembarcar de um voo proveniente de Lisboa. Ele foi conduzido para as dependências do aeroporto, onde prestou depoimento à PF.
No início de agosto, Malafaia discursou em um ato de apoio ao ex-presidente Bolsonaro, realizado na Avenida Paulista, em São Paulo, chamado “Reaja Brasil”, que defendia o “fim da censura”, a “liberdade de expressão” e a “anistia já”.
O que diz a PGR
As medidas foram solicitadas pela PF e tiveram parecer favorável da Procuradoria-Geral da República (PGR), assinado em 15 de agosto pelo procurador-geral Paulo Gonet.
No documento, Gonet destacou que a PF obteve diálogos e publicações em que Malafaia aparece como “orientador e auxiliar das ações de coação e obstrução” promovidas por Eduardo Bolsonaro e Jair Bolsonaro.
“Impõe-se concluir que estão associados no propósito comum, bem como nas práticas dele resultante, de interferir ilicitamente no curso e no desenlace da Ação Penal nº 2668, em que o ex-presidente figura como réu”, afirmou o procurador-geral.