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Tarifa de 50% sobre produtos brasileiros entra em vigor nos EUA nesta quarta-feira
Por Moisés Moura
Publicado em 06/08/2025 09:45
BRASIL

A partir desta quarta-feira, 6 de agosto de 2025, passou a valer nos Estados Unidos a sobretaxa de 50% sobre diversos produtos brasileiros. A medida, anunciada pelo governo do presidente Donald Trump no fim de julho, atinge cerca de 35% das exportações do Brasil para o mercado norte-americano.

A decisão foi oficializada como uma resposta política do governo norte-americano, que classificou como "injusto" o tratamento dado ao ex-presidente Jair Bolsonaro pela Justiça brasileira. Trump utilizou a Lei de Poderes Econômicos de Emergência para aplicar a medida unilateralmente.

Produtos afetados

A tarifa extra incide sobre mais de 3.800 itens brasileiros, incluindo setores de grande importância para a economia nacional, como:

  • Café

  • Carne bovina e suína

  • Frutas tropicais

  • Produtos da pesca (como atum e camarão)

  • Calçados e couro

  • Máquinas agrícolas

  • Vestuário e têxteis

Por outro lado, cerca de 694 produtos foram excluídos da nova tarifa, representando aproximadamente 45% do valor das exportações brasileiras para os EUA. Estão entre os produtos isentos:

  • Suco de laranja

  • Aeronaves civis (como as da Embraer)

  • Petróleo e derivados

  • Fertilizantes

  • Alguns metais e combustíveis

Impacto no Brasil

Segundo estimativas da CNI (Confederação Nacional da Indústria), até 146 mil empregos podem ser afetados nos próximos dois anos, especialmente em setores como pesca, frutas e café, que possuem menor margem de lucro e maior dependência do mercado americano.

A medida também pode comprometer os resultados de cerca de 10 a 11 mil empresas exportadoras brasileiras de médio porte, muitas das quais operam com contratos de longo prazo e logística comprometida.

Ações do governo brasileiro

O governo federal informou que está preparando um plano de resposta emergencial, embora ainda não tenha anunciado medidas concretas. Entre as ações em estudo estão:

  • Linhas de crédito subsidiadas, com foco em setores mais afetados;

  • Compras públicas para absorver parte da produção e evitar acúmulo de estoques;

  • Plano de contingência escalonado (30, 60 e 90 dias), inspirado em estratégias usadas durante a pandemia;

  • Abertura de novos mercados internacionais para diversificar as exportações brasileiras;

  • Recurso formal à Organização Mundial do Comércio (OMC) contra as tarifas impostas pelos EUA.

De acordo com fontes ligadas ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, o Brasil também avalia retaliações comerciais com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano.

 

Reações e expectativas

Setores da indústria e do agronegócio demonstram preocupação com os impactos imediatos e pedem agilidade do governo para mitigar os danos. Já especialistas em comércio exterior alertam para o risco de escalada diplomática e prejuízos duradouros nas relações comerciais com os Estados Unidos, tradicional parceiro do Brasil.

Apesar das tensões, o governo brasileiro afirmou manter aberta a via diplomática e que buscará, junto a organismos multilaterais, soluções negociadas para evitar novos prejuízos à economia.


Fontes consultadas:
CBN, InfoMoney, CNN Brasil, UOL Economia, Metrópoles, El País, Wikipédia, e dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

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