Um ato em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), realizado neste domingo (6) na Avenida Paulista, em São Paulo, reuniu cerca de 44,9 mil manifestantes, de acordo com levantamento do Monitor do Debate Político do Cebrap, em parceria com a ONG More in Common. A contagem foi feita com uso de drones e inteligência artificial, no momento de pico da manifestação, às 15h44.
A metodologia utilizada se baseia na análise de 47 fotos aéreas, sendo 9 selecionadas no horário de maior concentração. O cálculo da multidão foi feito com o software Point to Point Network (P2PNet), desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Chequião, na China, e pela empresa Tencent. O sistema foi treinado com bancos de imagens da Universidade de Xangai e da Universidade de São Paulo e possui precisão de 72,9% e acurácia de 69,5%. A margem de erro da contagem é de 12%, para mais ou para menos.
Além de Bolsonaro, o ato contou com a presença de vários governadores, como Tarcísio de Freitas (SP), Romeu Zema (MG), Ratinho Junior (PR), Wilson Lima (AM), Ronaldo Caiado (GO), Mauro Mendes (MT) e Jorginho Mello (SC).
O evento, que começou por volta das 14h, teve discursos com críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF) e defesa de um projeto de lei que busca anistiar os envolvidos nos ataques antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023.
Durante seu discurso, Bolsonaro voltou a pedir anistia e afirmou que “eleições em 2026 sem Jair Bolsonaro é negar a democracia, é escancarar a ditadura no Brasil”. O ex-presidente está inelegível até 2030 por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que o condenou por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação.
Em março, o STF também tornou Bolsonaro réu, junto com outros oito aliados, por tentativa de golpe de Estado em 2022.
Maioria da população é contra a anistia
No mesmo dia do ato, uma pesquisa Quaest/Genial Investimentos mostrou que 56% dos brasileiros são contra a anistia aos envolvidos nos ataques às sedes dos Três Poderes. Outros 34% apoiam a liberação dos presos, seja por considerarem que não deveriam ter sido detidos, seja por acharem que já cumpriram tempo suficiente de prisão. 10% não souberam ou não responderam. A pesquisa entrevistou 2.004 pessoas entre os dias 27 e 31 de março e tem margem de erro de dois pontos percentuais.