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Desaprovação ao Governo Lula atinge 57% e chega ao pior índice do mandato, aponta pesquisa Quaest
Por Administrador
Publicado em 04/06/2025 09:57
BRASIL

 

A nova pesquisa Quaest, divulgada nesta quarta-feira (4), revelou que a desaprovação ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou a 57%, o pior índice desde o início do mandato em janeiro de 2023. A aprovação caiu para 40%, também o menor patamar registrado até agora. A margem de erro do levantamento é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos.

O estudo foi encomendado pela Genial Investimentos e realizado entre os dias 29 de maio e 1º de junho com 2.004 brasileiros com 16 anos ou mais. O levantamento traz dados importantes sobre a percepção da população em diferentes recortes, como região, escolaridade, faixa etária, renda e religião.

Entre os principais destaques:

  • Religião: pela primeira vez, os católicos passaram a desaprovar mais (53%) do que aprovar (45%) o governo federal. Entre os evangélicos, a rejeição segue alta: 66% desaprovam e apenas 30% aprovam a gestão petista.

  • Escolaridade: entre os que têm até o ensino fundamental, houve um empate técnico inédito: 50% aprovam e 47% desaprovam. Já entre quem tem ensino médio completo, 61% desaprovam e 37% aprovam. Entre os que possuem ensino superior, a rejeição é ainda maior: 64% desaprovam e 33% aprovam.

  • Renda: entre os mais pobres (até dois salários mínimos), a aprovação caiu e a desaprovação subiu, resultando em empate técnico: 50% a 49%. Já entre quem ganha entre dois e cinco salários, 56% desaprovam. Nas famílias com renda acima de cinco salários, a desaprovação é de 61%.

  • Regiões: Lula voltou a ter aprovação maior no Nordeste (54% aprovam e 44% desaprovam). No entanto, registra forte rejeição no Sudeste (64% desaprovam e 32% aprovam) e no Sul (62% desaprovam e 37% aprovam). No Centro-Oeste e Norte, a desaprovação ficou em 55%.

  • Gênero: 59% dos homens desaprovam Lula, contra 54% das mulheres. A aprovação entre homens é de 39%, e entre mulheres, 42%.

  • Raça: brancos continuam sendo os que mais desaprovam o governo (62%). Entre os pardos, a desaprovação é de 56%. Já entre os pretos, houve inversão: 52% aprovam e 46% desaprovam.

  • Faixa etária: entre os jovens de 16 a 34 anos, 60% desaprovam e 37% aprovam. Na faixa de 35 a 59 anos, a desaprovação é de 59%. Já entre os idosos (60+), há empate técnico: 52% aprovam e 45% desaprovam.

  • Beneficiários do Bolsa Família: a maioria dos beneficiários ainda aprova o governo (51%), enquanto 44% desaprovam. Entre os que não recebem o benefício, 61% desaprovam.

  • Voto em 2022: entre os eleitores de Lula no segundo turno, 74% seguem aprovando a gestão. Já entre os eleitores de Jair Bolsonaro (PL), 91% desaprovam o governo atual.

A pesquisa também investigou temas sensíveis ao governo, como o escândalo do INSS — reconhecido por 82% da população — e o aumento do IOF sobre compra de dólares. Para 31% dos entrevistados, o governo é o principal responsável pelos desvios envolvendo aposentados e pensionistas. Já 50% consideraram um erro manter o aumento do imposto sobre operações financeiras.

Apesar da queda na aprovação, a percepção negativa sobre a economia diminuiu: caiu de 56% para 48% o número de brasileiros que dizem que a situação econômica piorou. Também caiu o número de pessoas que percebem alta nos preços, embora a maioria ainda sinta que o poder de compra está menor que há um ano.

Segundo o diretor da Quaest, Felipe Nunes, os resultados mostram estabilidade, mas revelam que os impactos positivos de medidas como a isenção do IR até R$ 5 mil, o novo vale gás e o desconto na conta de luz foram neutralizados pela repercussão negativa do escândalo no INSS.

“O escândalo ganhou o dobro da atenção do que qualquer medida positiva anunciada pelo governo”, afirma Nunes.

A pesquisa tem nível de confiança de 95% e reforça os desafios que o governo Lula terá pela frente para recuperar a confiança de importantes segmentos da população.

 
 
 
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