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Eduardo Bolsonaro ameaça delegado da PF em live e Polícia Federal reage com indignação
Por Moisés Moura
Publicado em 21/07/2025 16:19
BRASIL

Durante uma live transmitida neste domingo (20), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) fez ameaças diretas ao delegado da Polícia Federal Fábio Alvarez Shor, responsável por investigações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. Em tom provocativo, Eduardo afirmou: “Cachorrinho da Polícia Federal que tá me assistindo, deixa eu saber não. Se eu ficar sabendo quem é você... ah, eu vou me mexer aqui. Pergunta ao tal delegado Fábio Alvarez Shor se ele conhece a gente…”.

A declaração gerou forte reação da Polícia Federal. O diretor-geral da corporação, Andrei Rodrigues, afirmou que recebeu com “indignação mais essa covarde tentativa de intimidação aos servidores policiais” e garantiu que a PF adotará todas as providências legais cabíveis. Ele ainda reforçou: “Nenhum investigado intimidará a Polícia Federal”.

Fábio Shor é responsável por inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF) que envolvem Jair Bolsonaro, como o caso da suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022 e a fraude nos cartões de vacinação. Eduardo Bolsonaro, que é escrivão licenciado da PF, já foi alvo de um Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD) por ataques anteriores ao mesmo delegado.

Na mesma live, Eduardo também afirmou que pretende trabalhar para retirar o ministro Alexandre de Moraes do STF, intensificando o tom de confronto com o Judiciário.

A situação do parlamentar se complica ainda mais pelo fim de sua licença na Câmara dos Deputados. Ele está fora do país desde fevereiro e, caso não justifique suas ausências, começará a ter faltas registradas. Atualmente nos Estados Unidos, Eduardo é investigado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por suspeita de obstrução de Justiça, coação no curso do processo e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. A investigação considera que ele possa ter atuado no exterior para influenciar investigações que envolvem seu pai e outras autoridades brasileiras.

 

Apesar das acusações e do clima de tensão institucional, Eduardo afirmou que não pretende renunciar ao mandato.

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