Jovens atravessavam na faixa de pedestres quando foram atingidas por carro em alta velocidade; motorista foi preso por homicídio com dolo eventual
Duas jovens de 18 anos, Isabela Priel Regis e Isabelli Helena de Lima Costa, morreram atropeladas na noite de quarta-feira (9) ao atravessarem a Avenida Goiás, uma das principais vias de São Caetano do Sul, na Grande São Paulo. As duas, melhores amigas desde o ensino médio, haviam saído para comemorar a conquista do primeiro emprego de Isabelli, que começaria a trabalhar como jovem aprendiz na próxima segunda-feira.
Segundo o relato emocionado de Claudilene Helena de Lima, mãe de Isabelli, essa seria a primeira experiência profissional da filha, que estava entusiasmada com a nova fase da vida. "Ela colocou o perfume que mais gostava e disse: 'Agora posso usar, mãe. Vou trabalhar e posso comprar outro'. Se maquiou, saiu tão linda de casa. E não voltou", contou Claudilene, muito abalada.
As jovens haviam acabado de sair de uma adega no bairro Santo Antônio e atravessavam na faixa de pedestres quando foram atingidas por um veículo em alta velocidade. Câmeras de vigilância mostram que o sinal ainda estava vermelho para os pedestres, mas o carro passou sem frear e arremessou as duas vítimas a mais de 50 metros de distância.

O motorista foi identificado como Brendo dos Santos Sampaio, de 26 anos, estudante de Direito. Segundo a defesa, ele alegou que o semáforo estava verde para os veículos no momento da travessia e que não viu as jovens. Ele teria saído da faculdade pouco antes do acidente e estaria dirigindo entre 60 km/h e 70 km/h. O teste do bafômetro não apontou consumo de álcool, mas uma contraprova foi encaminhada ao Instituto Médico Legal (IML).
Brendo foi detido e deve passar por audiência de custódia nesta quinta-feira (10). O caso foi registrado como homicídio com dolo eventual, quando se assume o risco de matar. O boletim de ocorrência menciona ainda a prática de “racha” ou direção em alta velocidade como agravante.
O pai de Isabela, Marcos Antonio dos Santos Régis, destacou que o local do atropelamento é bem iluminado e criticou a imprudência do motorista: "Ele nem tentou frear. Passou como se não houvesse ninguém."
A família do motorista procurou os parentes das vítimas e ofereceu apoio. “A mãe do rapaz quer conversar com a gente, disseram que ele é um bom moço, estudante, e que a família está à disposição”, disse Claudilene.
O clima na cidade é de comoção. Isabelli e Isabela eram conhecidas por sua alegria e companheirismo. “Estudaram juntas, cresceram juntas, e… morreram juntas”, lamentou a mãe.