O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou nesta quinta-feira (30) que a Petrobras é a responsável por decidir sobre possíveis aumentos nos preços dos combustíveis no Brasil. A estatal analisa um reajuste no valor do litro do óleo diesel, que acumula defasagem devido à variação do dólar nos últimos meses.
"Desde o meu primeiro mandato, aprendi que quem autoriza o aumento do petróleo e seus derivados é a Petrobras, e não o presidente da República", afirmou Lula em entrevista coletiva no Palácio do Planalto. O tema foi discutido na última segunda-feira (27), em reunião entre o presidente e a presidente da Petrobras, Magda Chambriard.
Lula destacou que, mesmo em caso de reajuste, os preços continuarão abaixo dos praticados em dezembro de 2022. "Se a Petrobras precisar fazer um reajuste, considerando a inflação de 2023 e 2024, ainda assim será menor do que o valor registrado no final de 2022", pontuou.
Possível impacto no setor de transportes
Questionado sobre a possibilidade de protestos dos caminhoneiros caso haja aumento no preço do diesel, Lula garantiu que o governo estará aberto ao diálogo.
"Se houver uma mobilização dos caminhoneiros, faremos o que sempre fizemos: vamos conversar. O governo está disposto a dialogar com qualquer setor que tenha preocupações legítimas", afirmou.
Inflação e preços dos alimentos
O presidente também comentou sobre a inflação, especialmente o aumento dos preços dos alimentos, uma das principais preocupações do governo neste início de 2025. Lula assegurou que não adotará medidas extremas para conter a alta dos preços.
"O aumento no preço dos itens da cesta básica afeta diretamente os mais pobres, os trabalhadores que queremos proteger. Mas não tomarei medidas populistas ou impositivas, como ocorreu no passado, quando helicópteros eram usados para fiscalizar fazendas e prender bois. Não permitiremos a criação de um mercado paralelo", declarou.
Para combater a alta dos preços, Lula aposta no fortalecimento da produção agrícola, com mais financiamento e modernização, especialmente para pequenos e médios produtores, que são responsáveis pela maior parte dos alimentos consumidos no país.
"Precisamos focar no aumento da produção de alimentos, garantindo que pequenos e médios agricultores tenham mais condições de produzir. Eles são responsáveis por quase 100% do que chega às mesas dos brasileiros", concluiu o presidente.
