O plano, que também envolvia um agente da própria PF, foi elaborado no final de 2022, antes da posse de Lula e Alckmin, eleitos naquele ano. Quatro militares e o agente federal Wladimir Matos Soares foram presos sob suspeita de envolvimento na conspiração. Soares atuava no esquema de segurança do presidente eleito durante a transição de governo e tinha acesso privilegiado às informações do período.
As investigações da PF revelaram detalhes do plano golpista, nomeado como "Planejamento Punhal Verde Amarelo". Os conspiradores discutiam métodos para executar as autoridades, como tiros a diferentes distâncias, explosivos e até envenenamento durante eventos públicos oficiais.
Documentos apreendidos no Palácio do Planalto
Entre as provas recolhidas pela PF está um documento, intitulado "Plj.docx", impresso no Palácio do Planalto no dia 6 de dezembro de 2022, às 18h09, por Mário Fernandes, general de brigada e ex-secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência no governo de Jair Bolsonaro.
Após deixar o cargo, Fernandes se tornou assessor parlamentar do deputado Eduardo Pazuello (PL-RJ) e foi descrito pela PF como um dos militares mais radicais envolvidos em acampamentos golpistas após a derrota eleitoral de Bolsonaro.
"Circunstâncias de execução"
O planejamento detalhava as "condições de execução" dos assassinatos, incluindo o uso de munições específicas, artefatos explosivos ou elementos químicos e biológicos. Os golpistas também indicavam a necessidade de reconhecimento de locais e análise da segurança das vítimas.
As investigações foram auxiliadas por tecnologias avançadas, incluindo um equipamento israelense que permitiu o acesso a dados armazenados em celulares e computadores dos suspeitos.