A Rede Alpha de Botucatu denunciou que o “aterro sanitário” da cidade, popularmente chamado de lixão, continua funcionando de forma irregular, expondo a população e o meio ambiente a sérios riscos. Segundo a emissora, o local segue um modelo arcaico e ultrapassado de destinação de resíduos sólidos, em total descompasso com a legislação ambiental vigente e com práticas modernas de gestão de lixo.
De acordo com a Rede Alpha, imagens divulgadas mostram milhares de resíduos sendo despejados a céu aberto, sem controle técnico, sem impermeabilização do solo e sem sistemas de coleta de chorume ou gases — cenário típico de lixões desativados há mais de uma década em cidades que optaram por modernizar a gestão do lixo.
Leis descumpridas
A Rede Alpha aponta que o modelo atual de Botucatu fere diversas leis federais:
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Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/2010): determinou a extinção dos lixões até 2014 e impôs aos municípios a responsabilidade pela destinação adequada de resíduos.
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Código Florestal (Lei 12.651/2012): é violado pelo lixão, comprometendo áreas de proteção e cursos d’água próximos.
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Política Nacional do Meio Ambiente (Lei 6.938/1981): exigiria prevenção da poluição, participação social e transparência, o que não ocorre no local, segundo a Rede Alpha.
Riscos e impactos
A emissora alerta para os perigos do modelo atual: contaminação do solo e do lençol freático pelo chorume, proliferação de moscas, ratos e urubus, emissão de gases tóxicos e metano sem aproveitamento energético e degradação da paisagem, afetando qualidade de vida e desvalorizando áreas vizinhas.
O que deveria ser feito
De acordo com a Rede Alpha, para estar em conformidade com as normas ambientais, Botucatu deveria:
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Ter um aterro sanitário com impermeabilização, drenagem e coleta de gases;
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Implantar coleta seletiva eficiente e inclusão de cooperativas de catadores;
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Desenvolver campanhas permanentes de educação ambiental;
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Estruturar parcerias regionais para gestão de resíduos, modelo adotado em consórcios intermunicipais.
Exemplos positivos
A Rede Alpha destaca que outros municípios de São Paulo avançaram significativamente:
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Indaiatuba (2012): aterro sanitário com impermeabilização, captação de biogás e projetos de compostagem.
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São Caetano do Sul (2014): referência nacional em coleta seletiva e reciclagem, com índices acima de 10% de reaproveitamento.
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São José dos Campos (2016): coleta seletiva em mais de 90% dos bairros e parcerias com cooperativas de catadores.
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Sorocaba (2019): implantação de biodigestores e geração de energia a partir do lixo orgânico.
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Campinas (2022): programa “Recicla Mais”, ampliando reciclagem de eletrônicos e logística reversa, em parceria com empresas e catadores.
Conclusão
Segundo a Rede Alpha, enquanto cidades vizinhas avançam em políticas de resíduos sólidos, Botucatu insiste em um modelo arcaico, expondo a população a riscos ambientais e de saúde. A emissora alerta que o atraso pode provocar degradação da natureza da região da Cuesta, contaminação de recursos hídricos e descumprimento de leis federais, com possibilidade de responsabilização dos agentes públicos municipais.