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Rede Alpha denuncia descaso ambiental em Botucatu: lixão segue operando fora da lei
Por Moisés Moura
Publicado em 01/09/2025 19:26 • Atualizado 01/09/2025 19:48
Botucatu

A Rede Alpha de Botucatu denunciou que o “aterro sanitário” da cidade, popularmente chamado de lixão, continua funcionando de forma irregular, expondo a população e o meio ambiente a sérios riscos. Segundo a emissora, o local segue um modelo arcaico e ultrapassado de destinação de resíduos sólidos, em total descompasso com a legislação ambiental vigente e com práticas modernas de gestão de lixo.

De acordo com a Rede Alpha, imagens divulgadas mostram milhares de resíduos sendo despejados a céu aberto, sem controle técnico, sem impermeabilização do solo e sem sistemas de coleta de chorume ou gases — cenário típico de lixões desativados há mais de uma década em cidades que optaram por modernizar a gestão do lixo.

Leis descumpridas

A Rede Alpha aponta que o modelo atual de Botucatu fere diversas leis federais:

  • Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/2010): determinou a extinção dos lixões até 2014 e impôs aos municípios a responsabilidade pela destinação adequada de resíduos.

  • Código Florestal (Lei 12.651/2012): é violado pelo lixão, comprometendo áreas de proteção e cursos d’água próximos.

  • Política Nacional do Meio Ambiente (Lei 6.938/1981): exigiria prevenção da poluição, participação social e transparência, o que não ocorre no local, segundo a Rede Alpha.

Riscos e impactos

A emissora alerta para os perigos do modelo atual: contaminação do solo e do lençol freático pelo chorume, proliferação de moscas, ratos e urubus, emissão de gases tóxicos e metano sem aproveitamento energético e degradação da paisagem, afetando qualidade de vida e desvalorizando áreas vizinhas.

O que deveria ser feito

De acordo com a Rede Alpha, para estar em conformidade com as normas ambientais, Botucatu deveria:

  • Ter um aterro sanitário com impermeabilização, drenagem e coleta de gases;

  • Implantar coleta seletiva eficiente e inclusão de cooperativas de catadores;

  • Desenvolver campanhas permanentes de educação ambiental;

  • Estruturar parcerias regionais para gestão de resíduos, modelo adotado em consórcios intermunicipais.

Exemplos positivos

A Rede Alpha destaca que outros municípios de São Paulo avançaram significativamente:

  • Indaiatuba (2012): aterro sanitário com impermeabilização, captação de biogás e projetos de compostagem.

  • São Caetano do Sul (2014): referência nacional em coleta seletiva e reciclagem, com índices acima de 10% de reaproveitamento.

  • São José dos Campos (2016): coleta seletiva em mais de 90% dos bairros e parcerias com cooperativas de catadores.

  • Sorocaba (2019): implantação de biodigestores e geração de energia a partir do lixo orgânico.

  • Campinas (2022): programa “Recicla Mais”, ampliando reciclagem de eletrônicos e logística reversa, em parceria com empresas e catadores.

Conclusão

Segundo a Rede Alpha, enquanto cidades vizinhas avançam em políticas de resíduos sólidos, Botucatu insiste em um modelo arcaico, expondo a população a riscos ambientais e de saúde. A emissora alerta que o atraso pode provocar degradação da natureza da região da Cuesta, contaminação de recursos hídricos e descumprimento de leis federais, com possibilidade de responsabilização dos agentes públicos municipais.

 

 

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