Offline
Pais denunciam crise no atendimento do PS Infantil de Botucatu com superlotação e demora
Por Moisés Moura
Publicado em 28/08/2025 05:45
São Manuel

O Pronto Socorro Infantil (PSI) de Botucatu voltou a registrar cenas de superlotação nos últimos dias, segundo apuração da Rede Alpha de Botucatu. Famílias relatam horas de espera, corredores lotados e profissionais de saúde em exaustão.

De acordo com informações obtidas pela reportagem da Rede Alpha, a situação foi agravada pela redução de dois médicos por dia na escala de atendimento — medida adotada pela gestão do prefeito Fábio Leite justamente em um período de aumento da demanda pediátrica, marcado por doenças respiratórias típicas do inverno.

Pais relatam drama no atendimento
“É um absurdo isso, estou com meu filho com falta de ar e febre esperando medicação há quase duas horas”, contou emocionado um pai à reportagem da Rede Alpha.
Outra mãe disse ter saído de Taguaí, aguardando desde as 14h: “Agora que saíram os exames do meu filho, mas não tenho nem como voltar para casa, não tem mais transporte”.

Uma terceira mãe afirmou que já retornou três vezes no mesmo dia tentando um horário com menos lotação: “Não consegui atendimento e precisei ir embora de novo”, relatou à equipe da Rede Alpha de Botucatu.

Falta de pediatras nos postos sobrecarrega o pronto socorro
Segundo a apuração da Rede Alpha, o problema também está nos postos de saúde, muitos deles sem pediatras disponíveis. Isso força as famílias a recorrerem diretamente ao pronto socorro, agravando ainda mais a superlotação.

“Esperei mais de quatro horas com minha filha com febre alta. Se tivesse pediatra no posto perto de casa, não estaria aqui”, disse uma mãe à reportagem. Outra afirmou que encontrou mais de 40 crianças aguardando.

Promessa não cumprida
A Rede Alpha de Botucatu recorda que, nos primeiros 100 dias de governo, o prefeito Fábio Leite prometeu ampliar o quadro de profissionais e abrir três novos Serviços de Urgência e Emergência Infantil (SUA). Porém, na prática, o que se vê é o oposto: menos médicos e maior sofrimento para as famílias.

Leis sendo desrespeitadas
A situação registrada pela apuração da Rede Alpha afronta normas como a Constituição Federal (artigo 196), a Lei Orgânica da Saúde (Lei nº 8.080/1990) e o Estatuto da Criança e do Adolescente (artigo 11), que garantem acesso integral e universal à saúde.

Impactos para pacientes e equipes
Além da espera, médicos e enfermeiros relataram à Rede Alpha que a sobrecarga está gerando cansaço extremo e risco de queda na qualidade do atendimento. “Trabalhar com demanda dobrada e menos médicos na escala é desumano”, desabafou um profissional que preferiu não se identificar.

A reportagem também apurou que o problema atinge não só Botucatu, mas cerca de 70 municípios da região que dependem do PSI.

Sem resposta do poder público
Desde a matéria anterior, publicada em 13 de agosto, a equipe da Rede Alpha de Botucatu aguarda posicionamento oficial do prefeito Fábio Leite, do vice-prefeito e secretário de saúde Dr. André Spadaro e da secretária de comunicação Cinthia Al Lage. Até o momento, nenhum deles respondeu formalmente.

Conclusão

A apuração da Rede Alpha de Botucatu confirma que a redução de médicos no PSI e a falta de pediatras nos postos de saúde configuram uma grave violação ao direito à saúde, colocando em risco a vida e a dignidade de crianças e famílias.

Enquanto a prefeitura não apresenta soluções, a população continua enfrentando filas intermináveis, profissionais sobrecarregados e um sistema em colapso.

 

A equipe da Rede Alpha de Botucatu seguirá acompanhando os desdobramentos e cobrando respostas das autoridades competentes.

Comentários
Comentário enviado com sucesso!