A partir desta sexta-feira (1º), os consumidores de energia elétrica em todo o Brasil começam a pagar mais caro pela conta de luz. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou o acionamento da bandeira vermelha, patamar 2 — o nível mais alto do sistema tarifário. Com isso, será cobrada uma taxa adicional de R$ 7,87 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos ao longo de agosto.
Segundo a Aneel, a medida foi necessária devido ao cenário de afluências abaixo da média em todas as regiões do país, o que comprometeu o funcionamento das hidrelétricas, exigindo o uso de usinas termelétricas — fontes de energia mais caras e poluentes.
O sistema de bandeiras tarifárias, criado em 2015, informa aos consumidores a situação da geração de energia no país e serve como instrumento de sinalização de custo. Ele é definido com base na disponibilidade de recursos hídricos, no uso de energias renováveis e no acionamento de fontes emergenciais. Até abril, o Brasil operava com bandeira verde (sem cobrança extra). Em maio, passou à amarela, e nos meses de junho e julho, esteve na bandeira vermelha patamar 1. Agora, em agosto, atinge o patamar mais severo.
Apesar da taxa extra, cerca de 97% dos consumidores brasileiros receberão um alívio financeiro com a inclusão do chamado “Bônus Itaipu” na fatura deste mês. O benefício vai repassar R$ 936,8 milhões a residências e propriedades rurais que consumiram menos de 350 kWh em pelo menos um mês de 2024. O valor do crédito será proporcional ao consumo registrado nesses meses.
O bônus foi aprovado pela Aneel em 15 de julho e será creditado automaticamente. A iniciativa busca compensar parte do aumento na fatura causado pela bandeira vermelha, incentivando também o consumo consciente de energia.
Com essa medida, o governo tenta equilibrar o impacto tarifário diante do cenário energético desafiador, ao mesmo tempo em que recompensa os consumidores mais econômicos.