Brasil pode sofrer novas restrições nos próximos dias; governo monitora situação em granjas da região afetada

A confirmação do primeiro caso de influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) em uma granja comercial de frangos no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul, levou à suspensão total ou parcial das importações de carne de frango brasileira por parte da União Europeia e outros nove países.

A doença foi identificada em um matrizeiro da região e provocou medidas imediatas por parte das autoridades sanitárias nacionais e internacionais. Até o momento, já suspenderam a compra da carne de frango brasileira os seguintes países:

• África do Sul

• Coreia do Sul

• Canadá

• México

• Argentina

• China

• Chile

• Uruguai

• Japão

• União Europeia

De acordo com o governo canadense, a suspensão segue o acordo sanitário entre os países. As exportações de carne de frango abatidas antes de 12 de maio ainda poderão ser aceitas. Chile, Argentina, Uruguai, México e Coreia do Sul anunciaram o bloqueio total à carne de frango brasileira. Já o Japão restringiu apenas os produtos vindos diretamente de Montenegro (RS).

Por sua vez, África do Sul, China e União Europeia interromperam as importações com base nos protocolos sanitários vigentes e deixaram de certificar produtos do Brasil.

O Ministério da Agricultura e Pecuária informou que está realizando vistorias em todas as propriedades dentro da área de controle sanitário, estabelecida em um raio de 10 km da granja afetada. Na área perifocal (3 km), 29 das 30 propriedades já foram vistoriadas. Na zona de vigilância (até 10 km), 238 das 510 propriedades passaram por inspeção.

Segundo o governo federal, foi aberta apenas uma investigação por suspeita de contaminação em uma propriedade de subsistência, sem impacto no comércio internacional. Na granja onde o foco foi confirmado, todas as aves e ovos foram descartados, e as instalações estão sendo desinfetadas.

O Ministério também reforçou que a influenza aviária não é transmitida por meio do consumo de carne de frango ou ovos. Portanto, não há qualquer restrição ao consumo desses alimentos no Brasil. O risco de infecção em humanos é considerado baixo, afetando principalmente pessoas com contato direto com aves contaminadas.

O Brasil aguarda agora a confirmação de novas restrições por parte de outros três países, o que pode agravar o impacto econômico no setor avícola, um dos mais fortes da exportação nacional.