A APAE de São Manuel anunciou, no dia 28 de fevereiro, a suspensão dos atendimentos aos usuários de Pratânia, alegando falta de repasse da Prefeitura. No entanto, a Câmara Municipal esclareceu, em reunião com os pais dos assistidos, que o projeto de lei prevendo o repasse de verbas está em tramitação e será votado na próxima sessão após o feriado de Carnaval.
O Presidente da Câmara de Pratânia explicou que o Executivo protocolou o projeto no dia 18 de fevereiro, incluindo repasses para diversas entidades, entre elas a APAE. "Identificamos um aumento de 414% no repasse para a área da saúde da APAE, sem um plano de trabalho que justificasse esse acréscimo. Ao mesmo tempo, o repasse para o único núcleo social do município foi reduzido em 50%, sem uma explicação plausível", afirmou o presidente.
Diante das inconsistências, os vereadores se reuniram com a diretoria da APAE no dia 22 de fevereiro para solicitar esclarecimentos sobre os valores. "A entidade não conseguiu justificar o aumento e apresentou um plano de trabalho divergente do que havia sido informado anteriormente", destacou um dos parlamentares presentes. Mesmo assim, ficou acordado que o projeto seria aprovado com validade de seis meses para evitar prejuízos aos usuários.
No dia 26 de fevereiro, a Prefeitura reapresentou o projeto com os valores ajustados conforme combinado. Entretanto, dois dias depois, a APAE suspendeu os atendimentos, justificando a medida com a falta de repasse. "Não faz sentido essa paralisação, pois o projeto está em andamento e será votado assim que a Prefeitura retomar o expediente normal. Essa decisão penaliza injustamente as famílias", criticou o Presidente da Câmara.
A reportagem procurou o prefeito de Pratânia, que justificou o aumento do repasse com a ampliação dos serviços prestados pela APAE, como fonoaudiologia e terapia ocupacional. "Houve uma necessidade de maior investimento para garantir esses atendimentos especializados, que são fundamentais para os usuários", afirmou.
A APAE de São Manuel recebe recursos federais e estaduais significativos, incluindo mais de R$ 1,3 milhão do PRONAS/PCD e cerca de R$ 1,8 milhão de São Manuel, além de doações e eventos beneficentes. Diante disso, os vereadores questionam se a suspensão dos atendimentos em Pratânia foi de fato necessária ou se poderia ter sido evitada até a conclusão da tramitação do projeto.
