Três homens apontados como responsáveis pela gravação e divulgação de imagens de uma mulher nua nas ruas de Botucatu (SP) prestaram depoimento à Polícia Civil na manhã desta terça-feira (25). Após serem ouvidos, foram liberados.

O trio, que trabalha em uma empresa de instalação de calhas, estava no carro da empresa no momento do ocorrido. Durante o depoimento, um dos homens confessou que filmou e divulgou o vídeo nas redes sociais. Ele será responsabilizado pelo crime previsto no artigo 218-C do Código Penal, que trata da divulgação de cenas de nudez sem consentimento, com pena de um a cinco anos de reclusão.

O caso ocorreu no dia 11 de fevereiro, no bairro Vila Ferroviária, quando a vítima, uma mulher de 42 anos, saiu sem roupas pela rua em meio a um surto psicótico. Populares registraram a cena e compartilharam as imagens nas redes sociais. A Guarda Civil Municipal foi acionada e constatou a situação, chamando o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que encaminhou a mulher ao setor de psiquiatria do Hospital das Clínicas da Unesp para atendimento médico.

Dois dias depois, os vídeos começaram a circular na internet e chegaram à imprensa local. A Polícia Civil iniciou uma investigação e alertou as mídias sobre a ilegalidade da divulgação das imagens. Com a ajuda de câmeras de segurança e do sistema de muralha digital de Botucatu, os agentes identificaram um dos suspeitos filmando a vítima e confirmaram sua localização no momento da gravação.

Orientação médica sobre surtos psicóticos

O neurologista Igor de Lima e Teixeira, professor da Faculdade de Medicina da Unesp de Botucatu, explicou que surtos psicóticos podem ter diferentes causas, geralmente relacionadas a doenças psiquiátricas preexistentes. No caso da vítima, a polícia informou que ela enfrentava problemas psicológicos agravados por perdas familiares recentes e estava afastada do trabalho.

O especialista reforça que, diante de uma pessoa em surto, é essencial acionar o Samu ou encaminhá-la a uma unidade de saúde. "O mais importante é manter a calma e se aproximar com cautela. Fique por perto para garantir que ela não se machuque ou machuque outros, mas sem fazer movimentos bruscos que possam assustá-la. A prioridade é preservar sua integridade física até a chegada do atendimento médico", destacou o médico em entrevista ao g1.

A Polícia Civil segue com a investigação do caso para responsabilizar os envolvidos na divulgação das imagens.