Uma alteração no sistema de servidores permitiu que usuários brasileiros voltassem a acessar o X, antiga rede social Twitter, nesta quarta-feira (18), apesar do bloqueio imposto pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no final de agosto. A informação foi confirmada pela Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint).

De acordo com a Abrint, a rede social passou a utilizar endereços de IP vinculados a servidores da Cloudflare, um serviço terceirizado que atua como intermediário entre o servidor de um site e o usuário. A mudança tornou mais difícil para as operadoras de internet bloquear o acesso à rede social, como exigido pela ordem judicial.

Relatos no Bluesky, uma rede social alternativa, indicam que alguns usuários conseguiram acessar e publicar no X usando tanto redes Wi-Fi quanto móveis, mesmo sem a necessidade de VPN. Essa manobra técnica ajudou a rede social a "driblar" o bloqueio, já que os novos endereços de IP dinâmicos mudam constantemente e são compartilhados com outros serviços importantes, dificultando um bloqueio específico.

Segundo Thiago Ayub, diretor de tecnologia da Sage Networks, a troca de servidores é comparável a "alugar um carro com uma placa diferente" para burlar uma proibição, já que os novos servidores ainda não estavam bloqueados.

As operadoras de telecomunicações agora aguardam um posicionamento oficial da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para determinar quais ações tomar. A Abrint destaca que as empresas estão em uma posição delicada, pois um bloqueio equivocado poderia afetar outros serviços legítimos, como bancos e grandes plataformas de internet.

A Anatel, por sua vez, informou que segue monitorando a situação e que o resultado desse acompanhamento será reportado diretamente ao STF. Enquanto isso, o impasse continua, gerando insegurança jurídica para as empresas de telecomunicações no Brasil.