Os ataques de abelhas têm se tornado cada vez mais frequentes nas cidades do Oeste Paulista. Dados do Ministério da Saúde mostram que as notificações de acidentes com os insetos subiram de 75 casos em 2022 para 171 em 2024, um aumento de 128% em três anos.
Em 2025, até o fim de setembro, já foram registrados 98 casos nas 56 cidades da região de Presidente Prudente. O crescimento das ocorrências tem chamado a atenção do Corpo de Bombeiros, que reforça os cuidados e a importância de evitar qualquer aproximação de colmeias.
O alerta ganhou destaque após a morte de um homem no distrito de Primavera, em Rosana (SP), na última quinta-feira (23). De acordo com os bombeiros, a vítima realizava a manutenção de um ar-condicionado quando foi surpreendida por um enxame e caiu de uma altura de cerca de quatro metros. O homem chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos. Outras pessoas próximas ao local também foram atacadas, mas sem gravidade.
Acidentes com abelhas no Oeste Paulista (2022 a setembro de 2025)
| Ano |
Acidentes |
Variação |
| 2022 |
75 |
- |
| 2023 |
143 |
+90,67% |
| 2024 |
171 |
+19,58% |
| 2025 |
98 |
-42,69%* |
*Dados até setembro. Fonte: DATASUS - Ministério da Saúde
O biólogo Johnny Michael explica que o aumento dos ataques está diretamente ligado ao avanço da agricultura e à redução dos habitats naturais. Segundo ele, as abelhas têm migrado para áreas urbanas em busca de locais mais seguros, longe de agrotóxicos, queimadas e desmatamento, encontrando abrigo em árvores, muros e até estruturas de residências.
"O avanço da agricultura, as queimadas e o desmatamento provocam alterações no ambiente delas, e elas acabam escolhendo locais mais seguros na cidade", disse Johnny.
O Corpo de Bombeiros orienta que, ao avistar um enxame, as pessoas mantenham distância e acionem profissionais especializados para a remoção segura das abelhas.