Um levantamento da Empresa Municipal de Desenvolvimento Urbano e Rural de Bauru (Emdurb) revelou que, das 16 mortes registradas em acidentes de trânsito na cidade em 2025, até agosto, 12 foram de motociclistas. O número representa 75% do total de vítimas.
Em 2024, foram contabilizadas 24 mortes na zona urbana, sendo 13 envolvendo motociclistas.
O cenário local reflete uma tendência nacional. Segundo o Atlas da Violência, a taxa média de mortes no trânsito no Brasil é de 16,2 por 100 mil habitantes. Apenas entre motociclistas, o índice chega a 6,3 por 100 mil, com crescimento de 5% na última década.
Rotina marcada pelo risco
Para quem vive diariamente no trânsito, o perigo é constante. O entregador por aplicativo André Luís de Lima, que trabalha há cinco anos na profissão, relata o medo de acidentes. Ele já se envolveu em uma colisão após um carro desrespeitar a sinalização.
“Mesmo com o semáforo verde, a gente tem que olhar para todos os lados. Na moto, você está muito exposto. Qualquer batida, você é o para-choque”, contou em entrevista à TV TEM.
Durante meia hora de observação na Avenida Duque de Caxias, uma das mais movimentadas da cidade, foram flagrados 15 avanços de sinal vermelho — uma média de um a cada dois minutos. O desrespeito às regras foi registrado tanto entre motociclistas quanto entre motoristas de carros.
Dados do Estado
De janeiro a agosto de 2025, 1.763 pessoas morreram em acidentes envolvendo motocicletas no Estado de São Paulo. Nas regiões de Bauru e Marília, foram 105 vítimas no período.
Especialistas apontam causas
De acordo com a psicóloga e perita em trânsito credenciada pelo Detran, Rosana Ribeiro, fatores como o uso de celular, consumo de álcool e drogas, além da inexperiência entre os jovens, têm peso decisivo nos números.
“Grande parte dos acidentes está relacionada ao uso do celular no trânsito, inclusive por motociclistas. Há ainda o consumo de álcool e drogas. Entre os jovens, o problema é agravado pela inexperiência. Comportamentos como empinar a moto, acelerar excessivamente e desrespeitar os limites de velocidade aumentam significativamente o risco de acidentes”, explicou.