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Onde Eles Estavam Quando Destruíram São Manuel?
Por Moisés Moura
Publicado em 20/07/2025 18:48 • Atualizado 20/07/2025 18:57
São Manuel

 

 

Nos últimos dias, tem circulado uma petição contra a proposta da Prefeitura Municipal de São Manuel de realocar os trailers para a Alameda das Palmeiras, no centro do nosso querido Jardim Público. Os manifestantes alegam defender a história, a arquitetura e a memória afetiva da cidade. Mas é preciso perguntar, com toda a honestidade: onde estavam essas mesmas pessoas quando o Jardim foi abandonado por mais de três anos?

Onde estavam quando os banheiros ficaram fechados por mais de 1.000 dias?

Naquela época, comerciantes e visitantes imploravam para que fossem reabertos. Crianças literalmente fizeram necessidades nas roupas porque o então prefeito Ricardo Salaro se recusava, por puro ego e descaso, a resolver o problema. Cadê a mobilização pública de quem hoje se diz “protetor do Jardim”?

Onde estavam quando bancos históricos foram destruídos?

Bancos de décadas, com valor simbólico e memória afetiva para diversas famílias são-manuelenses, foram arrancados e substituídos por modelos de baixíssima qualidade, que já se deterioraram. Alguém fez abaixo-assinado? Alguém exigiu participação popular? Ou será que o silêncio era conveniente por se tratar de uma gestão da qual faziam parte?

Onde estavam quando a reforma da Praça do Santuário durou meses e desmoronou na primeira chuva?

A calçada recém-reformada foi levada embora pela enxurrada, um desastre de planejamento e execução. Alguém cobrou laudos técnicos? Alguém exigiu transparência?

Onde estavam quando árvores centenárias foram arrancadas sem laudo?

Simplesmente foram cortadas sem justificativa pública ou estudo ambiental sério. Árvores que faziam parte da história visual e ecológica da cidade foram eliminadas sob silêncio cúmplice. Cadê os “defensores do patrimônio”?

Onde estavam quando o Museu Municipal foi maquiado às pressas?

Uma reforma eleitoreira, feita sem resolver sequer as goteiras do prédio. A fachada foi pintada, mas o interior continuou com infiltrações, materiais danificados e abandono. Por que ninguém protestou? Por que não houve indignação?

Onde estavam quando venderam os eucaliptos do campo?

O tradicional Estádio “Dr. Adhemar Pereira de Barros” teve todas as árvores cortadas e vendidas, sem nenhuma consulta pública. Onde estavam os que agora se levantam contra dois trailers?

A resposta é clara: estavam calados ou coniventes.

Essas mesmas vozes que agora gritam contra a nova proposta são, em muitos casos, as mesmas que fizeram parte da administração anterior, a mesma que deixou São Manuel num estado lamentável. Gente que lucrou com o abandono e agora se vitimiza, chegando ao ponto de mover processos por calúnia e difamação contra quem denuncia. É o poste mijando no cachorro, como diz o ditado.

 

Diferente do ex-prefeito, Odirlei não se acovardou. Teve a coragem de enfrentar o problema de frente, sentar com os comerciantes, ouvir as propostas e buscar uma solução prática para reabilitar um espaço completamente destruído — cheio de buracos, concreto remendado, acervos quebrados e estruturas abandonadas.

A proposta pode ser melhorada? Sempre. Mas o importante é que alguém finalmente está tentando fazer algo de concreto. Não com promessas vazias, mas com ações reais. E isso incomoda aqueles que preferem ver tudo parado, porque quanto pior, melhor, desde que estejam em oposição.

 

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