A TV São Manuel Conectado teve acesso exclusivo a uma denúncia grave registrada na Delegacia da Mulher, envolvendo uma moradora da cidade que atualmente está acolhida na Casa de Rute — abrigo para mulheres vítimas de violência doméstica. A mulher relata ter sofrido ameaças e agressões do ex-companheiro, identificado pelas iniciais G.F., que teria descumprido medida protetiva judicial ao retirar os filhos menores da guarda materna com anuência do Conselho Tutelar local.
Linha do tempo do caso
✅ Junho de 2025 — Primeiras denúncias
Luciana Duarte Gonçalves, mãe das crianças, procurou o Conselho Tutelar relatando ameaças por parte de familiares na residência onde morava, na Cohab III. Foi então acolhida com os filhos na Casa de Rute de Oliveira.
⚠️ Poucos dias depois — Acusações contra a mãe
A equipe técnica do abrigo notificou o Conselho Tutelar alegando episódios de agressão de Luciana contra a filha mais velha, de 12 anos, com autismo, epilepsia e deficiência intelectual. Relatos indicam tapas, empurrões e até tentativa de sufocamento, supostamente registrados por câmeras de segurança internas.
Ação emergencial do Conselho
Diante dos fatos, o Conselho decidiu pelo afastamento imediato das crianças. Luciana resistiu à entrega, trancou-se em um quarto com os filhos e teria ameaçado os conselheiros. A Guarda Civil Municipal foi acionada, arrombou as portas e resgatou os menores, que foram levados à Casa Santa Maria, outro abrigo da cidade.
Registro policial
Luciana foi conduzida à delegacia e autuada por desacato, resistência e ameaça. Ela nega todas as acusações, afirma que apenas tentava proteger os filhos durante uma crise da filha, e afirma que não foi informada sobre os motivos da separação.
10 de julho — Ameaça do pai
Mesmo com a medida protetiva em vigor contra ele, o ex-companheiro G.F. teria ligado para a mãe das crianças, dizendo:
“Agora a ameaça vai se cumprir, porque os filhos estão comigo e nada poderá ser feito.”
Segundo a vítima, ele ainda exigiu a retirada de ações de pensão alimentícia, ameaçando represálias.
❗ Retirada das crianças pelo pai
Pouco depois, G.F. viajou do Mato Grosso do Sul até São Manuel e retirou as crianças do abrigo, com consentimento do Conselho Tutelar local, sem a devida autorização judicial. Essa ação configuraria violação da medida protetiva concedida pela Comarca de Osasco.
⚖️ 16 de julho — Justiça determina apuração
A 2ª Vara da Comarca de São Manuel determinou a apuração da conduta do Conselho Tutelar, após constatar que os menores foram entregues ao pai sem realização do estudo social obrigatório por parte do setor técnico do juízo.
A juíza Érica Regina Figueiredo determinou que o Conselho informe, no prazo de cinco dias:
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Se houve contato com o Conselho Tutelar da cidade onde o pai reside;
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Quais são as condições da nova moradia das crianças;
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E se existe algum estudo social, conforme consta nos autos.
Somente após essas informações, o Ministério Público deverá se manifestar novamente.
Imagens da Casa de Rute podem auxiliar investigação
As autoridades avaliam que as imagens internas da Casa de Rute — onde as crianças e a mãe permaneceram por alguns dias — podem ajudar na investigação, seja para confirmar ou descartar as agressões atribuídas à mãe, bem como para entender o contexto das ameaças que motivaram a proteção judicial.
Relembre o caso
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O acolhimento das crianças aconteceu de forma emergencial após denúncias de maus-tratos supostamente cometidos pela mãe, segundo relatório do Conselho Tutelar.
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Luciana nega as agressões e diz que sua filha passava por uma crise de saúde.
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Durante o afastamento, ela se trancou no quarto com os filhos. A GCM foi acionada e arrombou as portas.
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A mãe afirma que os filhos foram levados sem justificativa clara e que seus pertences desapareceram no abrigo.
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Atualmente, as crianças estão com o pai, contra quem existe uma medida protetiva concedida anteriormente à mãe.
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Luciana afirma que está lutando judicialmente para reaver a guarda.
O que dizem os envolvidos
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A Guarda Civil Municipal nega qualquer abuso durante o cumprimento da ordem e diz que seguiu o protocolo.
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O Conselho Tutelar preferiu não se manifestar, alegando segredo de Justiça.
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A defesa de Luciana afirma que as acusações serão contestadas em juízo.
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A Justiça segue acompanhando o caso e poderá determinar novas medidas de proteção nos próximos dias.