A cidade de São Paulo registrou suas piores 24 horas desde o início da onda de vandalismo contra ônibus. De acordo com a Secretaria Municipal de Mobilidade e Transportes (SMT) e a SPTrans, 59 coletivos foram atacados somente na segunda-feira (7).
Os ataques ocorreram de forma espalhada por todas as regiões da capital, segundo informações da prefeitura. Desde 12 de junho, já são 328 ônibus depredados na cidade, conforme contabilizado pelas empresas operadoras.
Já a Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp), responsável pelos dados de ônibus intermunicipais, registrou 241 casos de vandalismo entre junho e julho até esta segunda-feira (7). Com isso, o total de coletivos danificados chega a 569 em todo o estado.
Entre as cidades com registros de vandalismo estão: Barueri, Carapicuíba, Cotia, Cubatão, Diadema, Embu das Artes, Guarujá, Itanhaém, Itapecerica da Serra, Itapevi, Itaquaquecetuba, Jandira, Mauá, Osasco, Praia Grande, Ribeirão Pires, Santo André, Santos, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, São Paulo, São Vicente, Suzano e Taboão da Serra.
O padrão das ações se repete: um suspeito arremessa uma pedra contra o ônibus, chamando a atenção do motorista e dos passageiros. Em geral, os vidros são estilhaçados e os veículos são retirados de circulação para manutenção.
Um dos casos recentes aconteceu no domingo (6), por volta das 16h30, em São Bernardo do Campo. Imagens de câmeras de segurança mostram um homem jogando uma pedra em um ônibus da EMTU logo após ele sair de um ponto na Estrada dos Alvarengas. O motorista pensou inicialmente que a pedra havia atingido apenas a lataria, mas uma passageira alertou sobre o vidro quebrado. A viagem foi interrompida, e o ônibus retornou para a garagem. Ninguém ficou ferido.
Em resposta à onda de depredações, empresas de transporte estão reforçando seus estoques de vidros e materiais de funilaria, buscando evitar a paralisação prolongada da frota. Uma das empresas afetadas estimou em R$ 16 mil o prejuízo por cada vidro quebrado, incluindo o custo de reparos e as multas aplicadas pela SPTrans por veículos fora de circulação.
Nem mesmo o ônibus que realiza o trajeto entre os aeroportos de Congonhas e Guarulhos escapou dos ataques.
Prisões
A Polícia Civil já deteve três homens desde o sábado (5) por envolvimento nos atos de vandalismo. Um adolescente também foi apreendido em Cotia, na Grande São Paulo.
Entre os presos está Éverton de Paiva Balbino, detido na noite de domingo. Ele é suspeito de ter arremessado uma pedra em um ônibus no dia 27 de junho, na Zona Sul da capital, atingindo em cheio uma mulher que estava sentada. A vítima teve múltiplas fraturas no rosto, incluindo o nariz, e correu risco de vida. Éverton, que é filho de um motorista de ônibus, teve a prisão temporária de 30 dias decretada e foi indiciado por tentativa de homicídio e dano ao patrimônio. A polícia reforçou que não há qualquer relação entre os atos de vandalismo e o pai do suspeito.
As investigações continuam para identificar os autores dos demais ataques e conter a escalada de violência contra o transporte público.