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Cinco dias de silêncio: até quando São Manuel vai chorar calada?
Por Moisés Moura
Publicado em 01/07/2025 19:45
São Manuel

Nesta terça-feira, 1º de julho, completaram-se cinco dias de um dos furtos mais rápidos e revoltantes já registrados em São Manuel — e, até agora, nenhuma resposta das autoridades.

Duas motos levadas em minutos. Dois trabalhadores à mercê da criminalidade. Um deles, completamente impotente diante da cena, viu seu bem ser arrancado por bandidos e nada pôde fazer. Estava de mãos atadas? Não. Estava agindo com algo ainda mais raro hoje em dia: dignidade e coragem silenciosa.

O caso do jovem Rafael, que teve sua moto furtada, tocou o coração da cidade inteira. O vídeo de sua comoção, veiculado com exclusividade pela TV São Manuel Conectado, não mostrou apenas um rapaz chorando. Mostrou todos nós chorando junto. Porque cada lágrima dele era a dor de qualquer pai, mãe ou jovem que sabe o quanto custa conquistar um bem com esforço e honestidade.

Mas a maior vergonha não foi o furto em si. A vergonha maior é o silêncio. É perceber que, cinco dias depois, nenhuma resposta efetiva foi dada à população. A cidade assiste à entrada e saída livre de criminosos, que agem em plena luz do dia, em poucos minutos, e deixam para trás uma população que se pergunta:
Estamos mesmo seguros? Ou apenas nos iludimos com a ideia de segurança?

Diante desse cenário de abandono e descaso, surge uma luz no meio da escuridão: Adriano Anjos, mais conhecido como Batoré — e que faz jus ao nome. Um "anjo" de ação. Sensibilizado com a história de Rafael, Batoré esteve hoje nos estúdios da TV São Manuel Conectado e lançou uma campanha solidária para comprar uma nova moto para o jovem, essencial para seu deslocamento até a gráfica onde trabalha todos os dias.

As doações podem ser feitas via Pix:
(14) 99103-9171
‍ Em nome de Cátia Regiane Rodrigues Prado (mãe de Rafael)
Banco Santander

Essa é a hora de mostrarmos o poder da união da nossa comunidade. Vamos juntos ajudar esse jovem a dar a volta por cima”, declarou Batoré.

E agora, São Manuel, eu pergunto:
Até quando vamos naturalizar a impunidade?
Vamos esperar que o próximo Rafael seja um de nós?
Que tipo de cidade queremos deixar para nossos filhos — uma onde o crime anda de moto e o trabalhador a pé?

Hoje à tarde, o estacionamento do banco que antes abrigava dezenas de motos estava vazio. A cidade respondeu com medo. E o medo é o sintoma mais evidente de que a confiança nas instituições está se desfazendo.

Mas ainda há tempo. Tempo de mostrar que a solidariedade grita mais alto que o medo.
Tempo de cobrar, sim. Mas também de agir.

Chorar não é vergonha. Vergonha é se calar.

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