No dia 23 de outubro, o presidente da Câmara de Vereadores de São Manuel, Pedro Biandan, concedeu uma entrevista ao produtor Moisés Moura, via telefone e mensagens de áudio pelo WhatsApp, para esclarecer os próximos passos do legislativo em relação à audiência pública convocada para discutir soluções para a crise no transporte público da cidade. A situação chegou ao ápice após a TV São Manuel Conectado divulgar com exclusividade um vídeo de um funcionário da empresa responsável pelo transporte, denunciando uma série de irregularidades nos ônibus. Entre as infrações apontadas estão freios em más condições, falta de cinto de segurança, ausência da segunda marcha e problemas na conservação dos veículos.
Pedro Biandan foi questionado sobre a garantia de que a gestora do contrato comparecerá à audiência pública, já que em ocasiões anteriores houve o descumprimento de ofícios, como no caso de um ex-diretor de Meio Ambiente que ignorou três convocações antes de pedir demissão. Em resposta, o presidente admitiu que não há garantia, mas ressaltou que todos os procedimentos estão sendo seguidos conforme a lei, amparados pelo jurídico da Câmara e de acordo com o regimento interno e a Lei Orgânica do município.
Além disso, o presidente informou que irá encaminhar um ofício à 2ª Companhia da Polícia Militar, buscando apoio para fiscalizar as infrações cometidas pela empresa. Em uma ligação anterior, o comandante da PM teria considerado improvável a realização de blitzes, alegando que isso poderia causar transtornos aos passageiros. No entanto, Pedro Biandan afirmou que o ofício será embasado nas diversas irregularidades já expostas pela reportagem da TV São Manuel Conectado.
Questionado sobre possíveis articulações dentro do governo para impedir ações de fiscalização contra a empresa Fênix, o presidente disse que não tem conhecimento sobre isso e que não pode responder por essas questões. Ele enfatizou que a gestão do contrato de transporte público é de responsabilidade da prefeitura, cabendo ao legislativo apenas fiscalizar o uso do dinheiro público.
Por fim, Pedro Biandan foi questionado sobre a falta de resposta por parte da prefeitura em relação às decisões da Câmara. Ele afirmou que até o momento não houve nenhuma sinalização ou manifestação da prefeitura ou da gestora sobre as deliberações legislativas. O presidente destacou que o prefeito Ricardo Salaro tem um prazo de 15 dias, a contar da última sessão, para responder à convocação da Câmara.