Na manhã de domingo, 20 de outubro, a redação de jornalismo da TV São Manuel Conectado recebeu um vídeo alarmante que revelou graves infrações de trânsito envolvendo a empresa de transporte público Expresso Fênix. O material, enviado por um funcionário da empresa, mostrou as péssimas condições de um dos ônibus utilizados no transporte de trabalhadores e estudantes. A denúncia, inicialmente divulgada com exclusividade pela TV São Manuel Conectado, trouxe à tona uma série de eventos que culminaram em uma grave crise interna na empresa.
Condições Precárias e Riscos à Segurança
O vídeo detalhou o estado precário de um dos veículos da frota da Expresso Fênix. Entre as infrações flagradas, destacam-se o uso de pneus completamente carecas, com arames visíveis, e a ausência de cintos de segurança, tanto para o motorista quanto para os passageiros. Além disso, foram mostrados problemas mecânicos graves, como a falta de freios adequados e a ausência da segunda marcha no câmbio. Segundo o denunciante, o ônibus, mesmo com essas falhas, continuava em circulação, colocando em risco extremo a vida dos passageiros.
Coação e Retirada do Vídeo do Ar
Horas após a veiculação do vídeo, a direção da Expresso Fênix foi acusada de coagir os funcionários envolvidos na denúncia. Informações obtidas pela equipe de reportagem indicam que a empresa ameaçou punir os denunciantes para evitar novos vazamentos de imagens ou reclamações. Diante dessa pressão, a TV São Manuel Conectado tomou a difícil decisão de retirar o vídeo do ar e emitiu uma nota pública:
"A TV São Manuel Conectado lamenta ter excluído o vídeo em que um funcionário de uma empresa de transporte público expôs o descaso nos ônibus, após ele ser coagido. Repudiamos a atitude da empresa, subsidiada com recursos públicos, e o silêncio das autoridades. Seguiremos firmes no nosso compromisso de informar e defender os interesses da população."
Mudanças Internas e Retaliação
Na manhã de domingo, a situação se agravou com mudanças repentinas na escala dos motoristas. Fontes informaram que a empresa identificou supostamente quem participou da denúncia. O funcionário foi convocado ao escritório da empresa, possivelmente para enfrentar retaliações. Informações preliminares indicam que ele teria sido convidado a deixar o ônibus no meio do trajeto, evidenciando uma ação intimidatória por parte da empresa.
Fontes internas afirmam ainda que, na segunda-feira, 21 de outubro, a cúpula da Expresso Fênix programou uma reunião de emergência, marcada para as 8h, como forma de tentar conter o vazamento de mais informações. A expectativa é que o motorista que vazou o vídeo sofra uma advertência ou até mesmo uma demissão, apesar da falta de provas concretas.
IMAGENS - MOISÉS MOURA
Ação Ilegal e Gravidade da Situação
Ainda segundo a apuração, a Expresso Fênix orientou seus motoristas e funcionários a proibirem gravações dentro dos ônibus, mesmo sem respaldo legal. Essa medida foi tomada após a circulação de diversos vídeos feitos por passageiros, que expuseram as condições perigosas dos veículos e a omissão das autoridades competentes.
Vale ressaltar que, de acordo com a legislação brasileira, o uso de cintos de segurança por todos os ocupantes de um veículo é obrigatório. A falta de cumprimento dessa norma é uma infração grave, com multa de R$ 195,23 e perda de cinco pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Conduzir um veículo em mau estado de conservação também é uma infração grave, passível de multa, perda de pontos e até a retenção do veículo.