PRATÂNIA (SP) – O clima político voltou a tensionar nos últimos dias após a divulgação de vídeos do vereador Renato Bernardo e do advogado Dr. Thiago, que afirmam que o prefeito Osmir José Félix não estaria respondendo a requerimentos relacionados ao Projeto de Lei que autoriza a contratação de serviços do CISMETRO. Segundo o vereador, após questionamentos sobre supostas “fragilidades” nas informações do PL, o prefeito teria retirado temporariamente a proposta da pauta devido a uma possível irregularidade no consórcio.

Na sexta-feira (14), o prefeito reenviou o Projeto de Lei à Câmara Municipal. Renato Bernardo, porém, argumenta que “o tempo é curto” para análise, já que restariam apenas duas sessões antes do recesso legislativo.

Em vídeo publicado posteriormente, o prefeito Osmir negou qualquer irregularidade, afirmou que retirou o PL apenas para aguardar a visita de representantes do CISMETRO e disse que os esclarecimentos foram prestados diretamente aos vereadores. Ele reforçou que o investimento ultrapassa R$ 1 milhão e defendeu a urgência da aprovação para agilizar o atendimento à população. O prefeito também destacou que a Câmara possui quatro advogados e poderia apreciar o projeto em sessão extraordinária, caso fosse necessário.

Relembre o caso

O Projeto de Lei que autoriza a adesão de Pratânia ao Consórcio Intermunicipal de Saúde da Região Metropolitana de Piracicaba (CISMETRO) segue em análise na Câmara, apesar da urgência apontada pelo Executivo.

Segundo o prefeito Osmir, cerca de 200 moradores aguardam exames e procedimentos como colonoscopia, endoscopia, ecocardiograma e cirurgias eletivas. Para o Executivo, a adesão ao consórcio permitiria acelerar o atendimento e reduzir custos.

O debate ganhou novos desdobramentos após o presidente da Câmara, vereador Kendji (Republicanos), apresentar prints de reportagens sobre outro consórcio investigado, sugerindo ligação com o CISMETRO.

CISMETRO rebate e fala em fake news

O CISMETRO — que reúne 32 municípios e atende mais de 3 milhões de pessoas — divulgou nota oficial classificando as acusações como “inverídicas”.

A direção afirmou que o consórcio atua com legalidade e transparência, com fiscalização constante dos órgãos competentes, e esclareceu que Valinhos, município citado por Kendji, não faz parte do CISMETRO, descartando qualquer relação com a denúncia mencionada.

Representantes do consórcio, incluindo o superintendente Messias Humberto de Oliveira, estiveram em Pratânia apresentando uma Carta de Intenções e explicando o funcionamento do sistema aos vereadores.

O que é o CISMETRO?

O CISMETRO é um consórcio público de saúde que reúne cidades da região de Campinas e Piracicaba, visando reduzir custos e aumentar a oferta de serviços por meio de ações integradas.

Entre os 32 municípios participantes estão:
Americana, Amparo, Atibaia, Itatiba, Jundiaí, Louveira, Indaiatuba, Itu, Hortolândia, Jaguariúna, Vinhedo, entre outros.

Serviços ofertados:

• Consultas médicas e odontológicas

• Exames laboratoriais e de imagem

• Procedimentos ambulatoriais

• Cirurgias eletivas

• Atendimento especializado por prestadores credenciados

Todo o funcionamento segue a Lei dos Consórcios Públicos (Lei 11.107/2005), com dados disponíveis no Portal da Transparência.

Crise política x demanda da população

Enquanto Executivo e Legislativo divergem sobre prazos e informações, cerca de 200 moradores seguem aguardando exames e cirurgias.

O Executivo argumenta que a adesão ao CISMETRO é necessária para dar celeridade ao atendimento. Já vereadores defendem que precisam de mais tempo para análise completa do PL.

Com o aumento da tensão política e a circulação de informações equivocadas sobre o consórcio, o impasse pode prolongar ainda mais a espera da população que depende dos serviços de saúde.