O Projeto de Lei que autoriza a adesão de Pratânia ao Consórcio Intermunicipal de Saúde da Região Metropolitana de Piracicaba (CISMETRO) segue parado na Câmara Municipal, apesar da urgência destacada pelo prefeito Osmir José Félix. Em entrevista recente, o chefe do Executivo revelou que a cidade já conta com uma fila de pelo menos 200 pessoas aguardando exames e procedimentos como colonoscopia, endoscopia, ecocardiograma e cirurgias eletivas de hérnia e vesícula.
Segundo o prefeito, a adesão ao consórcio permitiria acelerar o atendimento dessa demanda reprimida e reduzir custos para os cofres públicos, além de proporcionar um serviço mais humanizado à população.
Enquanto a votação não ocorre, o clima político em Pratânia se acirrou após declarações do presidente da Câmara, vereador Kendji (Republicanos). Durante uma transmissão ao vivo, o parlamentar apresentou supostas denúncias contra o CISMETRO, exibindo prints de reportagens sobre um outro consórcio investigado e tentando vincular o nome da instituição aos fatos narrados.
CISMETRO rebate acusações e fala em fake news
As declarações foram prontamente rebatidas pelo próprio CISMETRO, um dos maiores consórcios de saúde do Estado de São Paulo, que reúne atualmente 32 municípios e atende mais de 3 milhões de pessoas.
Em nota oficial divulgada nesta semana, a direção do consórcio classificou as tentativas de associação como “inverídicas”, reafirmando que atua com legalidade, transparência e fiscalização constante dos órgãos competentes.
“Atuamos com total legalidade e transparência, sempre fiscalizados pelos órgãos competentes, e estamos à disposição para prestar todos os esclarecimentos necessários à população”, destacou a direção.
O consórcio também esclareceu que o município de Valinhos, citado por Kendji em sua live, não faz parte do CISMETRO, desmentindo qualquer ligação com a reportagem usada como base para as acusações.
CISMETRO já apresentou Carta de Intenções em Pratânia
A direção do CISMETRO confirmou ainda que já houve a apresentação de uma Carta de Intenções ao município de Pratânia e que representantes, incluindo o superintendente Messias Humberto de Oliveira, estiveram reunidos com vereadores para expor os benefícios da adesão.
O consórcio, que tem como finalidade ampliar o acesso da população a consultas, exames e procedimentos que nem sempre podem ser supridos individualmente por cada cidade, destacou que todo o funcionamento segue a Lei dos Consórcios Públicos (Lei 11.107/2005), com informações abertas ao público por meio do Portal da Transparência em seu site oficial.
Até o momento, o vereador Kendji não se posicionou oficialmente sobre a nota de esclarecimento divulgada pelo consórcio.
O que é o CISMETRO?
O CISMETRO é formado por municípios da região de Campinas e da Grande Piracicaba, com a proposta de realizar ações conjuntas em saúde pública, incluindo a compra de serviços médico-hospitalares, medicamentos e insumos.
Entre os municípios participantes estão Americana, Amparo, Atibaia, Itatiba, Jundiaí, Louveira, Indaiatuba, Itu, Hortolândia, Jaguariúna, Vinhedo, entre outros, totalizando 32 cidades.
O consórcio disponibiliza uma ampla rede de serviços de saúde, que vai desde atendimentos médicos e odontológicos até exames laboratoriais e de imagem, sempre por meio de prestadores credenciados.
Crise política versus necessidade urgente da população
Enquanto o impasse político se arrasta, moradores de Pratânia continuam na espera por exames essenciais. O prefeito Osmir reforça que a adesão ao consórcio é uma medida emergencial para dar agilidade ao atendimento da população, que sofre com a demora no acesso a serviços básicos de saúde.
A crise instalada entre Executivo e Legislativo, somada à divulgação de informações falsas envolvendo o CISMETRO, ameaça prolongar ainda mais a espera de pelo menos 200 pacientes que dependem de diagnósticos e cirurgias para garantir qualidade de vida.
