A Vigilância Ambiental em Saúde (VAS) de Botucatu confirmou nesta semana o primeiro caso autóctone de Leishmaniose Visceral Canina no município, ou seja, com transmissão ocorrida dentro da própria cidade. O diagnóstico foi realizado pelo Instituto Adolpho Lutz de Sorocaba, referência em exames laboratoriais.
O animal infectado residia na região leste da cidade, onde um levantamento da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo já havia detectado a presença do inseto transmissor da doença, conhecido como “mosquito-palha” (Lutzomyia longipalpis).
A Leishmaniose é uma doença grave que pode afetar tanto cães quanto seres humanos. O mosquito transmissor se prolifera em locais úmidos com acúmulo de matéria orgânica — como folhas, frutos e fezes de animais — e costuma picar no início da noite e durante a madrugada.
Sintomas e prevenção
Os tutores devem ficar atentos a sinais clínicos como emagrecimento progressivo, feridas que não cicatrizam, queda de pelos (principalmente ao redor dos olhos e orelhas), crescimento anormal das unhas, apatia e fraqueza. Ao notar qualquer um desses sintomas, é essencial procurar orientação veterinária.
A prevenção inclui o uso de coleiras repelentes com deltametrina a 4% e o manejo ambiental, como manter quintais limpos, eliminar matéria orgânica em decomposição e dar o destino correto ao lixo orgânico. Essas ações ajudam a interromper o ciclo de vida do mosquito transmissor.
Ações em andamento
A VAS iniciou uma busca ativa por casos suspeitos entre cães em Botucatu. Os profissionais de saúde estão realizando visitas domiciliares e pedem a colaboração da população, tanto no acolhimento das equipes quanto no cumprimento das orientações de prevenção.
A iniciativa conta com apoio da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia e do Instituto de Biociências da UNESP de Botucatu. Ambas as instituições irão intensificar os levantamentos entomológicos para identificar a presença do mosquito em outras áreas da cidade. Além disso, exames serão realizados para verificar se os insetos já estão contaminados pelo protozoário causador da doença.
A VAS reforça a importância do diagnóstico precoce e do controle ambiental para evitar a propagação da Leishmaniose no município.