Nas últimas semanas, São Manuel tem se deparado com um aumento alarmante no número de funcionários públicos afastados por problemas psicológicos, como depressão, síndrome do pânico e até dependência química. A situação foi trazida à tona pela jornalista Renata Bonjesus, que divulgou dados preliminares em uma reportagem que revela um cenário assustador: um número crescente de servidores está passando por perícia médica devido a distúrbios mentais relacionados às condições de trabalho.
Renata Bonjesus
O levantamento revela uma lacuna significativa no suporte oferecido a esses profissionais. Fontes internas da prefeitura relataram à equipe de reportagem que muitos funcionários se sentem humilhados, maltratados e desvalorizados durante o expediente, o que tem agravado ainda mais o quadro psicológico da categoria. O número elevado de denúncias de assédio moral e descaso estaria sobrecarregando os servidores, contribuindo para o aumento do afastamento por questões de saúde.
Relatos de Assédio e Falta de Apoio Institucional
A situação se agrava ainda mais com as denúncias de que funcionários públicos de São Manuel enfrentam barreiras significativas quando tentam denunciar as práticas abusivas no ambiente de trabalho. De acordo com apurações mais recentes, além do assédio moral, muitos servidores se deparam com dificuldades ao tentar registrar as ocorrências, sendo obrigados a enfrentar, durante o processo, pessoas envolvidas nas denúncias. Há relatos de que atestados médicos estão sendo utilizados contra os servidores, como forma de intimidá-los ou desacreditá-los.
Manipulação em Órgãos de Fiscalização
A investigação aponta que a crise pode ser ainda mais profunda do que inicialmente se pensava. Uma das vítimas, que concedeu entrevista exclusiva à reportagem, revelou que a manipulação e falta de imparcialidade de órgãos de fiscalização e apoio têm intensificado o problema. Ela citou que tanto a Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) quanto o Ministério Público supostamente possuem "vínculos estreitos com a prefeitura", o que, segundo a vítima, compromete a autonomia e imparcialidade necessárias para conduzir as denúncias de forma justa.
A vítima também descreveu o ambiente de trabalho na prefeitura como "hostil e opressor", onde os funcionários se sentem ameaçados e sem qualquer suporte adequado. Segundo o relato, a sensação de desamparo e impotência é generalizada, e muitos servidores têm medo de buscar ajuda, temendo retaliações.
O Que Dizem os Citados?
A reportagem entrou em contato com as instituições mencionadas, incluindo a Delegacia de Defesa da Mulher e o Ministério Público, mas, até o fechamento desta matéria, não obteve respostas. Em relação à prefeitura, foi feita uma tentativa de comunicação para questionar sobre as acusações de assédio moral e o ambiente de trabalho. No entanto, até o momento, nenhum representante se manifestou oficialmente. Após a publicação, a reportagem foi informada de que os boletins de ocorrência de assédio não são registrados na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM).
Impacto e Consequências
Esses relatos iniciais podem ser apenas o começo de uma crise maior. A falta de apoio psicológico adequado, a hostilidade no ambiente de trabalho e a possível manipulação de órgãos fiscalizadores criam um cenário preocupante para os funcionários públicos de São Manuel. Especialistas alertam que o impacto psicológico pode ter consequências de longo prazo, tanto para os servidores quanto para o serviço público local.
A reportagem continuará acompanhando o desenrolar dessas denúncias e investigando o envolvimento das autoridades competentes, à medida que novos fatos surgirem.